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8 de julho de 2025
Uma pessoa fazendo a conta de condôminos inadimplentes

Condômino inadimplente pode participar de assembleia? Essa é uma dúvida comum e que costuma gerar debates acalorados entre síndicos, administradoras e moradores. Afinal, quando o assunto é condomínio, tudo que envolve direitos e deveres precisa estar muito bem esclarecido para evitar conflitos.

O tema se torna ainda mais relevante porque o Código Civil brasileiro, a convenção do condomínio e até mesmo a interpretação jurídica podem trazer regras que confundem moradores e até gestores condominiais. Por isso, compreender até onde vai o direito de um condômino inadimplente é essencial para garantir a harmonia do local e a boa gestão.

Neste artigo, você vai entender o que é uma assembleia de condomínio, quem pode ou não pode participar, quais os direitos do condômino inadimplente, entre outros. Acompanhe!

O que é uma assembleia de condomínio?

Pessoas em uma assembleia de condomínio

A assembleia de condomínio é o órgão máximo de deliberação em um condomínio. É nesse espaço que os condôminos se reúnem para discutir, decidir e votar sobre temas relevantes para todos.

Em termos práticos, a assembleia funciona como um “parlamento” do condomínio, em que cada condômino tem direito a participar, se manifestar e votar, desde que siga as regras definidas em convenção e regulamento interno.

Além disso, a assembleia precisa seguir alguns requisitos formais: convocação adequada, quórum mínimo para votação de determinados temas e registro em ata. Sem esses cuidados, qualquer decisão pode ser anulada judicialmente.

Assim, entender a assembleia é o primeiro passo para compreender por que um condômino inadimplente pode ou não participar e em quais situações.

Quais são os tipos de assembleia de condomínio?

As assembleias de condomínio podem ser de diferentes tipos:

  • Assembleia ordinária: realizada anualmente para aprovar contas, orçamento e eventualmente eleger síndico.
  • Assembleia extraordinária: convocada quando surge uma necessidade específica, como obras emergenciais, aprovação de mudanças ou questões urgentes.
  • Assembleia de instalação: acontece quando o condomínio é recém-criado, servindo para definir convenção, regulamento e eleição da primeira administração.

Quem não pode participar de assembleia de condomínio?

Embora a assembleia seja o espaço de decisão coletiva, nem todos os moradores têm os mesmos direitos dentro dela. A lei e a convenção condominial podem estabelecer restrições específicas.

Em geral, não podem participar da assembleia:

  1. Condôminos inadimplentes — O Código Civil (art. 1.335) estabelece que o direito de votar depende da adimplência das obrigações condominiais. Ou seja, quem não está em dia com a taxa de condomínio não pode votar em deliberações.
  2. Inquilinos em matérias restritas — O inquilino pode participar quando autorizado pelo proprietário, mas não tem o mesmo poder de voto em todos os temas. Questões estruturais ou que envolvem aumento de contribuição, por exemplo, costumam ser restritas ao dono do imóvel.
  3. Procuradores irregulares — Quem comparece em assembleia representando outro condômino precisa apresentar procuração válida. Caso contrário, sua participação pode ser contestada.

O síndico pode impedir a entrada de um condômino inadimplente na assembleia?

O condômino inadimplente não perde o direito de estar presente em uma assembleia. Isso porque a reunião é um espaço coletivo e democrático, no qual todos os moradores devem ter acesso para acompanhar as decisões que impactam diretamente a vida no condomínio.

O que acontece é que o inadimplente não pode votar ou ser votado, mas sua entrada não pode ser barrada. Impedir que ele participe da reunião como ouvinte configuraria uma prática abusiva e poderia até gerar questionamentos judiciais.

Portanto, cabe ao síndico garantir que o ambiente seja respeitoso e que todos possam acompanhar as pautas, ainda que nem todos tenham direito ao voto.

As regras podem variar de acordo com a convenção do condomínio?

Sim, mas com limites. A convenção de condomínio tem força legal dentro daquela comunidade e pode trazer regras específicas sobre assembleias, prazos e penalidades. No entanto, ela não pode contrariar o Código Civil.

Por exemplo, não é permitido que a convenção proíba o condômino inadimplente de entrar na assembleia. Isso seria considerado ilegal. Por outro lado, ela pode reforçar o impedimento de votar e detalhar como será feita a conferência de quitação antes das votações.

Assim, é sempre importante que moradores e síndicos leiam com atenção a convenção para evitar conflitos e mal-entendidos.

O que significa um condômino inadimplente?

Mulher verificando quais condôminos estão inadimplentes

O condômino inadimplente é aquele que deixou de cumprir com suas obrigações financeiras perante o condomínio. Na prática, isso geralmente significa estar em atraso com a taxa condominial, seja uma ou várias parcelas.

No entanto, a inadimplência também pode envolver outras situações, como:

  • Não pagamento de multas aplicadas por infrações internas.
  • Falta de quitação de cotas extras ou fundos de reserva.
  • Atraso em ressarcimentos de danos causados a áreas comuns.

Vale destacar que o simples atraso de poucos dias já caracteriza inadimplência. Mas, para efeitos práticos em assembleia, muitos condomínios consideram o condômino em atraso apenas a partir do fechamento da lista de adimplência na data da reunião.

Essa definição é fundamental, pois é com base nela que se limita ou não a participação em decisões coletivas.

Quais os direitos do condômino inadimplente?

É comum acreditar que o condômino inadimplente perde todos os direitos no condomínio, mas isso não é verdade. Apesar de restrições importantes, ele ainda mantém uma série de garantias legais.

Direitos preservados

  1. Direito de uso das áreas comuns — O inadimplente não pode ser proibido de usufruir das áreas comuns do condomínio, como piscina, salão de festas ou academia.
  2. Direito de participar das assembleias — Ele pode estar presente, ouvir as discussões e até se manifestar, embora não tenha direito a voto.
  3. Direito de contestar judicialmente — Mesmo inadimplente, ele pode questionar na justiça decisões que considerar abusivas ou ilegais.
  4. Direito de ser informado — Continua recebendo convocações, comunicados e atas das reuniões.

Direitos restritos

  1. Perda do direito a voto — O principal impacto da inadimplência é a impossibilidade de votar nas deliberações da assembleia.
  2. Impedimento de assumir cargos — Síndico, subsíndico e membros do conselho fiscal precisam estar adimplentes para assumir funções.

Portanto, o condômino inadimplente não é excluído do convívio condominial, mas sua participação em decisões estratégicas fica limitada para incentivar o pagamento das obrigações.

Quem não pode votar em assembleia de condomínio?

A restrição ao voto é um dos pontos centrais quando falamos de assembleia. Quem, afinal, não pode votar?

De acordo com o artigo 1.335 do Código Civil, somente o condômino adimplente tem direito a voto. Portanto, quem não está em dia com suas contribuições condominiais perde essa prerrogativa.

Além dos inadimplentes, também não podem votar:

  • Inquilinos sem procuração do proprietário.
  • Procuradores com documentos inválidos.
  • Menores de idade proprietários sem representante legal.

A regra é clara: a participação no voto está diretamente vinculada ao compromisso do condômino com suas obrigações financeiras. Essa medida garante maior justiça nas decisões, evitando que quem não contribui regularmente interfira nos rumos da coletividade.

Como a inadimplência impacta as decisões condominiais?

Quando muitos condôminos estão inadimplentes, isso pode afetar diretamente o funcionamento do condomínio, especialmente em assembleias.

Imagine uma assembleia com 30 unidades, mas 10 estão inadimplentes. Isso significa que apenas 20 têm direito a voto. Em temas que exigem quórum qualificado, como obras ou alteração de convenção, essa restrição pode dificultar aprovações.

Além disso, há o impacto financeiro: a falta de pagamento prejudica o caixa do condomínio, o que muitas vezes gera aumento da taxa para os adimplentes, gerando ainda mais conflitos.

Por isso, a restrição do voto não é apenas uma punição, mas também uma forma de proteger a coletividade e estimular o cumprimento das obrigações.

O que acontece se um inadimplente votar por engano?

Essa é uma situação real e frequente. Às vezes, o síndico ou administrador não confere corretamente a lista de adimplência e acaba aceitando o voto de um condômino inadimplente.

Nesses casos, a recomendação é:

  • Invalidar o voto imediatamente ao identificar o erro.
  • Corrigir a ata da assembleia para registrar a exclusão.
  • Caso o voto tenha alterado o resultado final, a deliberação pode ser contestada judicialmente e até anulada.

Por isso, é fundamental que o síndico ou a administradora prepare uma lista atualizada de adimplência antes de cada assembleia.

Quais são as consequências jurídicas para o condômino inadimplente?

Além de perder o direito de votar e ser votado em assembleias, o condômino inadimplente enfrenta outras consequências legais. A principal delas é a ação de cobrança judicial, que pode ser movida pelo condomínio após tentativas de negociação amigável.

Caso a dívida não seja quitada, o processo pode resultar em:

  • Juros e multas previstos na convenção condominial;
  • Inclusão do nome do morador em cadastros de inadimplência;
  • Penhora de bens ou até mesmo do imóvel em situações extremas.

Essas medidas podem parecer duras, mas são necessárias para proteger a coletividade, já que a inadimplência compromete o pagamento de funcionários, manutenção e contas básicas do condomínio.

Como estimular a adimplência no condomínio?

A restrição ao voto é apenas uma das ferramentas de incentivo. Outros meios podem ajudar a reduzir a inadimplência:

  • Acordos de negociação: permitir parcelamentos facilita a regularização.
  • Cobrança amigável: comunicação clara e direta com os moradores.
  • Ação judicial: em último caso, ingressar com cobrança judicial, já que a dívida de condomínio é título executivo.
  • Transparência na gestão: quando o condômino percebe que o dinheiro é bem administrado, tende a pagar com mais regularidade.

Como manter a boa convivência mesmo com casos de inadimplência?

Síndico conversando com condôminos inadimplentes

A inadimplência é um problema sério, mas que deve ser tratado com equilíbrio e respeito. Em vez de constranger publicamente o morador devedor, a administração pode adotar uma postura mais acolhedora e transparente.

Algumas boas práticas incluem:

  • Conversar em particular com o morador sobre sua situação;
  • Oferecer alternativas de negociação antes de partir para medidas judiciais;
  • Evitar expor nomes em quadros de avisos ou grupos de mensagens coletivas;
  • Incentivar uma cultura de solidariedade e responsabilidade coletiva dentro do condomínio.

Manter a boa convivência é essencial porque, no fim das contas, todos os moradores compartilham o mesmo espaço e precisam se relacionar diariamente. A inadimplência não deve ser motivo para quebrar os laços de respeito e comunidade.

Portanto, manter em dia as obrigações financeiras como condômino não é apenas uma questão burocrática, mas também uma forma de manter a voz ativa nas decisões que afetam diretamente a qualidade de vida no condomínio. Afinal, quem participa e vota ajuda a construir o presente e o futuro da comunidade.

Portanto, se você é síndico e precisa lidar com casos de inadimplência, o melhor caminho é buscar sempre o diálogo, a clareza nas regras e, quando necessário, apoio jurídico ou de uma administradora especializada. Para isso, você pode contar com a Fesan Administradora de Condomínios. Entre em contato e SOLICITE UMA PROPOSTA GRATUITA.

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